O PEQUENO PRÍNCIPE
Antoine de Saint-Exupéry


"Não devia tê-la escutado – confessou-me um dia – não se deve nunca escutar as flores. Basta admirá-las, sentir seu aroma. A minha perfumava todo o planeta, mas eu não sabia como desfrutá-la. Aquela história das garras, que tanto me irritara, devia ter me enternecido..." (pág. 33)


"Tu julgarás a ti mesmo – respondeu-lhe o rei. – É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio." (pág. 41)

"E voltou, então, à raposa:
– Adeus... – disse ele
– Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
– O essencial é invisível aos olhos – repetiu o principezinho, para não se esquecer." (pág. 72-74)

"– À noite, tu olharás as estrelas. Aquela onde moro é muito pequena para que eu possa te mostrar. É melhor assim. Minha estrela será para ti qualquer uma das estrelas. Assim, gostarás de olhar todas elas... Serão todas tuas amigas. E, também, eu lhe darei um presente...
E ele riu outra vez.
– Ah! Meu caro, meu querido amigo, como eu gosto de ouvir esse riso!
– Pois é ele o meu presente... será como a água...
– Que queres dizer?
– As pessoas veem estrelas de maneiras diferentes. Para aqueles que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para os sábios, elas são problemas. Para o empresário, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém nunca as teve..." (pág. 87)